Mudança de comportamento ocorre dias depois de o presidente realizar um referendo sobre anexação de 2/3 do país vizinho e de divulgar um mapa que coloca região como território venezuelano.
Por Redação
Temendo perder o apoio de seus principais aliados e sofrer represálias da comunidade internacional, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu neste sábado (9) suavizar seu discurso sobre Essequibo e defendeu o diálogo com a Guiana.
A declaração foi feita em uma publicação no X (antigo Twitter). "A Guiana e a ExxonMobil terão que sentar e conversar conosco, o Governo da República Bolivariana da Venezuela. De coração e alma, queremos Paz e compreensão (...)", escreveu o ditador. A ExxonMobil é uma empresa petrolífera norte-americana e uma das maiores do mundo, que extrai petróleo na Guiana.
Minutos depois, Maduro fez uma nova postagem no X. "Optamos pelo diálogo direto com a Guiana, mas as suas autoridades revogaram o Acordo de Genebra e começaram a dividir o nosso mar, ameaçando construir uma base militar para o Comando Sul dos EUA. Não contavam com a nossa astúcia, o Povo saiu em defesa da Guiana Essequiba. Não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela!"
Na última semana, o ditador realizou um plebiscito sobre a anexação do território do país vizinho, apesar da proibição da Corte Internacional de Justiça. Após a votação, a Venezuela divulgou um novo mapa considerando Essequibo como parte de seu território.
A disputa entre os dois países pelo território é antiga e já dura mais de 100 anos. Sob controle da Guiana desde o final do século 19, Essequibo possui uma área maior que a da Grécia e representa 70% do atual território da Guiana, com 125 mil moradores.
Mas desde a descoberta de petróleo na região, em 2015, e o vertiginoso crescimento da Guiana desde então, o ditador venezuelano cresceu os olhos e decidiu tomar o território no grito.