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PL sobre aborto volta a incendiar Câmara do Rio e sessão acaba sob gritos e vaias

Fotos: Cicero Rodrigues/CMRJ
Fotos: Cicero Rodrigues/CMRJ

A primeira discussão do Projeto de Lei 2486/2023, que obriga a fixação de cartazes com mensagens contrárias ao aborto em hospitais e unidades de saúde municipais, tomou conta da Câmara do Rio nesta quarta-feira (8). Proposto por Rogério Amorim (PL), o texto dividiu o plenário, arrastou protestos das galerias e terminou com a sessão encerrada por falta de quórum.


Entre os defensores da proposta, o tom foi de confronto. Rafael Satiê (PL), um dos mais exaltados, bateu de frente com os manifestantes que ocupavam a galeria — em sua maioria de movimentos feministas e organizações LGBTQIAPN+.


“Vocês podem vaiar, espernear, não me constrangem. Ser interrompido por idiotas é o preço que eu pago”, disse Satiê, sob gritos de “machista” e “fascista”. Ele também afirmou que “a favela é conservadora” e que a esquerda tenta “sequestrar a pauta preta”. No fim do discurso, fez coração com as mãos para a galeria e ouviu vaias.


Fernando Armelau (PL) também defendeu o projeto com ironia: “Querem cartilha de gênero nas escolas, mas não aceitam um cartaz com os riscos do aborto em hospital”. Citando uma fábula, afirmou que “algumas discussões não fazem sentido”, em crítica direta à oposição.


Do lado contrário, a líder do PSOL, vereadora Thais Ferreira, tentou barrar a votação pedindo verificação de quórum. Disse que o cartaz seria uma forma de coação e desinformação: “A saúde pública não pode ser usada para imposição ideológica.” A sessão caiu logo em seguida, com apenas 17 vereadores presentes.


Do lado de fora, a divisão continuava. De um lado, cartazes com frases como “Legaliza o corpo nosso” e “PL do estuprador”. Do outro, oito manifestantes pró-vida, como Ana Cláudia, do Movimento Pró-Vida de Niterói, que disse que o projeto “salva vidas e ajuda a revelar abusos escondidos”.


O PL 2486/2023 continua em tramitação e deve voltar ao plenário na próxima semana.




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