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Selvageria em Paris: torcida do PSG deixa 2 mortos, 559 presos e 692 incêndios

Torcedores do Paris Saint-Germain (PSG) se reúnem segurando sinalizadores em uma rua de Paris — Foto: LOU BENOIST / AFP
Torcedores do Paris Saint-Germain (PSG) se reúnem segurando sinalizadores em uma rua de Paris — Foto: LOU BENOIST / AFP

Com informações do O Globo. Dois mortos, 692 incêndios, 559 presos e um policial em coma. Esse foi parte do saldo da comemoração da torcida do PSG pela vitória na Liga dos Campeões, neste fim de semana, em diversas cidades da França. Mas se as cenas fossem no Rio de Janeiro, já teria político pedindo intervenção federal e manchete internacional falando em Estado falido.


Segundo o Ministério do Interior francês, 559 pessoas foram presas — 491 apenas em Paris —, e 320 seguem sob custódia. A selvageria incluiu 264 veículos incendiados, além de outros 428 focos de incêndio registrados pelo país. Na conta oficial, também estão 22 policiais feridos, 18 deles na capital, sete bombeiros atingidos e 192 manifestantes machucados.


Em Dax, um adolescente de 17 anos morreu esfaqueado durante a celebração, e o autor do crime está foragido. Em Grenoble, um carro avançou sobre a multidão e deixou feridos da mesma família — dois em estado grave. O motorista testou negativo para álcool e drogas. Na Normandia, um policial foi atingido no olho por fogos de artifício e entrou em coma induzido. A Promotoria abriu investigação por violência contra agente público.


Apesar da destruição generalizada, o tom da cobertura internacional foi brando. Nada de “barbárie”, “colapso estatal” ou “Estado ausente”. Nenhuma grande ONG apareceu para denunciar a omissão policial. Nenhum editorial pediu ação emergencial do governo Macron.

A comoção se resumiu a registrar “excessos” em meio à “festa da torcida”.


Agora, imagine se essas imagens tivessem saído do Maracanã, ou das ruas do Rio de Janeiro. A manchete viraria sinônimo de "Estado falido", a polícia seria tratada como omissa ou violenta, e o Judiciário seria cobrado a agir com urgência.


Mas quando é na França, a narrativa muda. A violência vira "excesso de paixão", o vandalismo vira "expressão popular". A selvageria ganha legenda poética e o caos, uma moldura tolerante.


As cenas são brutais. Mas o duplo padrão é ainda mais violento.

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