Construção civil movimenta R$ 33 bi no RJ e vira motor da retomada econômica

Engenheiros e engenheiras se animam com os canteiros de obras, que voltam a fazer parte da paisagem no estado e no município do Rio: entre 2020 e 2024, mais de R$ 33,7 bilhões foram investidos em obras no estado e na capital - Foto: Imagem gerada por Inteligência Artificial

Enquanto setores da economia ainda patinam, a construção civil acelera. No Estado do Rio, mais de R$ 33,7 bilhões foram investidos em obras entre 2020 e 2024 — um volume que representa quase 4% do PIB fluminense, segundo levantamento da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ), com base em dados da FIRJAN, CBIC e CNI. As informações são do Tempo Real.

A escalada é expressiva: de R$ 1,6 bilhão em 2020 para R$ 14,3 bilhões em 2022. Em 2024, só o governo estadual investe R$ 6,4 bilhões, ante os R$ 867 milhões registrados quatro anos antes. No mesmo período, foram concluídas 2.244 obras por Estado e Prefeitura. A força da engenharia será celebrada no megaevento CREA AQUI, nesta quinta (5), na Marina da Glória.

Para o economista Marcel Balassiano, do IBRE-FGV, a construção civil é um motor econômico por excelência: “A construção civil tem papel decisivo nesse processo por seu poder de encadeamento com outros setores e geração de empregos rápidos”.

Centro do Rio em alta e interior na rota

Em 2024, a construção civil lidera as previsões de crescimento entre os setores industriais no Rio: 4,8%, acima da indústria extrativa e de transformação. No mercado privado, o destaque é o Centro do Rio, com 49 novas licenças de construção que devem resultar em mais de 4 mil unidades habitacionais e atrair cerca de 6 mil novos moradores.

Na ponta da engenharia pública, o presidente da EMOP-RJ, André Braga, destaca a transformação em curso:

“A EMOP contribui de forma significativa com obras de construção, reforma e manutenção em teatros, museus, escolas, centros esportivos, Restaurantes do Povo, delegacias, batalhões... São ações que geram qualidade de vida, emprego e desenvolvimento sustentável, tanto na capital quanto no interior.”

Fonte: Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro

Desafios à vista

Mesmo com o bom momento, a AEERJ aponta alertas: é preciso garantir continuidade dos investimentos, desburocratização e formação de mão de obra. O engenheiro Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia, resume a missão: “Valorizar e investir na engenharia é apostar no futuro sustentável do estado.”

Com números sólidos, reconhecimento institucional e um setor privado aquecido, a engenharia fluminense ressurge como base concreta da recuperação do Rio. O CREA AQUI chega na hora certa: para discutir o que já foi feito — e o que ainda falta construir.