Gardênia Azul: CV cobra R$10 mil por mês e exige comida de graça de comerciantes
- Portal Notícias
- 7 de mai.
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Na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio, o que antes era disputa armada virou domínio absoluto. Expulsos os milicianos, o Comando Vermelho transformou a favela num feudo do crime, onde comerciantes são forçados a pagar até R$ 10 mil por mês de “mensalão” — e ainda cozinhar de graça para os bandidos.
Um restaurante da comunidade, além de pagar a taxa imposta pela facção, é obrigado a fornecer 70 quentinhas diárias para os criminosos da principal boca de fumo da região. Um esquema de extorsão escancarado, imposto a quem quer manter portas abertas. E quem não paga, fecha.
A polícia? Diz que não recebeu denúncia formal. Mas investiga. Enquanto isso, os moradores pagam o preço. Botijões de gás custam até R$ 128 na comunidade — R$ 30 acima da média do município. Aplicativo de transporte? Proibido. Até quiosques da prefeitura, construídos para gerar renda, foram impedidos de funcionar por ordem do tráfico, porque os comerciantes se recusaram a pagar a “contribuição”.
A Gardênia se tornou base de guerra do Comando Vermelho para invadir Rio das Pedras, reduto histórico da milícia. Os chefes da operação têm nome e sobrenome: Juan Breno Malta Rodrigues, o BMW — ex-miliciano convertido ao tráfico, agora encarregado de extorquir os comerciantes e liderar a ofensiva; Carlos da Costa Neves, o Gadernal — supervisor do esquema; e Edgar Alves de Andrade, o Doca — chefão da Penha, que orquestrou a expansão.
BMW também lidera a “Equipe Sombra”, grupo de matadores da facção. Entre os crimes atribuídos ao bando, está o assassinato do policial Andinho, executado a R$ 50 mil no bairro do Anil, em 2023. O mesmo grupo é investigado pela chacina dos três médicos na Barra da Tijuca, também no ano passado, após um erro grotesco de identificação: uma das vítimas teria sido confundida com um miliciano de Rio das Pedras.
A Gardênia Azul virou símbolo do colapso do Estado no território. Enquanto traficantes impõem leis próprias, cobram impostos, decidem quem pode trabalhar e até o que se cozinha, a ausência de reação das autoridades alimenta a sensação de que o crime manda.
E o Rio segue dividido entre quem paga imposto... e quem paga pedágio para não morrer.
Com informações do Agenda do Poder.
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